domingo, 20 de janeiro de 2008

Projeto olímpico prevê fim do autódromo e demolição de arena reformada

da Folha de S.Paulo, em São Paulo-09/01/2008 - 09h48-SÉRGIO RANGEL

Apesar de aproveitar quase todas as instalações do Pan, o projeto da candidatura do Rio pretende demolir uma das arenas reformadas para os Jogos do ano passado e acabar com o Autódromo de Jacarepaguá

O tradicional autódromo já havia sido reduzido com a construção de três arenas para os Jogos de 2007. Agora, o COB pretende construir lá o Parque Olímpico do Rio, que terá o Centro Nacional de Treinamento (quatro pavilhões) e o Centro Nacional de Tênis.

O prefeito do Rio, Cesar Maia (DEM), disse que duas áreas (nos bairros de Deodoro ou Santa Cruz, na zona oeste) foram oferecidas aos dirigentes da Confederação Brasileira de Automobilismo para abrigar o novo circuito. A obra seria bancada pelo município.

Palco do polo aquático no Pan, o Parque Aquático Júlio Delamare seria destruído para dar espaço ao estacionamento do Maracanã. O Estádio de Atletismo Célio de Barros, no mesmo complexo, também cairia. A reforma do Júlio Delamare custou cerca de R$ 4,5 milhões e teve a obra cercada de polêmica. Em 2005, a piscina de saltos teve que ser construída novamente após apresentar infiltrações durante os testes.

Pela candidatura a 2016, 19 arenas do Pan seriam aproveitas, 11 seriam construídas e outras quatro, temporárias.

A Vila Olímpica ficaria ao lado do Riocentro. O condomínio poderá receber 17 mil pessoas.

O futebol será o único esporte com disputas fora da cidade. O COB sugeriu que São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Salvador abriguem jogos. As finais seriam no Rio. "Nossa intenção é aproveitar a estrutura já construída para a Copa de 2014 nas cidades", disse Nuzman.

Legado social

Além de exibir as arenas feitas para o Pan, os brasileiros já definiram a estratégia para tentar convencer os dirigentes do COI (Comitê Olímpico Internacional) que escolherão a sede dos Jogos-2016.

Eles vão alegar que a Olimpíada trará "legado social e educacional" ao país. Este foi o discurso do presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, ontem. "Nada melhor do que os Jogos Olímpicos como ferramenta educacional e social. Será indutor de transformações. Foi o que já vimos no Pan", disse ele, acrescentado que cidades como Barcelona, Atenas e Seul deram "salto de qualidade" após seus eventos.

Pelo projeto de 2016, o Rio terá de fazer série de obras no setor de transporte. Pelo novo desenho, serão construídos corredores de ônibus (semelhantes ao de Bogotá, com faixas segregadas e estações) e novas vias. O metrô e os trens urbanos terão pequenas ampliações, mas não serão o principal meio de transporte do evento.

Em 2004, o COI eliminou o Rio na primeira fase por falta de condições de transporte, segurança e acomodações. A cidade ficou em sétimo, à frente de Havana e Istambul.

Candidatas mostram planos para organizar Olimpíada-2016

da Folha de S.Paulo-16/01/2008 - 11h00

Cinco cidades que disputam com o Rio de Janeiro o direito de organizar os Jogos Olímpicos de 2016 revelaram ontem detalhes de suas candidaturas. O município brasileiro fez isso há uma semana, quando apresentou, publicamente seus planos. Baku, outra postulante, não divulgou seu dossiê.

Agora, o COI (Comitê Olímpico Internacional) avaliará as propostas e, em junho, divulga os finalistas.

A sugestão mais inusitada partiu de Doha (Qatar), que pretende realizar a Olimpíada em outubro --data fora do limite estabelecido pelo comitê, entre julho e setembro.

Segundo a cidade, o período oferece clima ideal para abrigar as provas. A favor da proposta, as exceções (lembradas no dossiê de Doha) de Sydney-2000, Seul-1988, México-1968 e Tóquio-1964.

Madri, apontada como uma das favoritas (ao lado de Chicago), teve como principal preocupação afastar a sensação de que, com os Jogos de Londres-2012, a Olimpíada não possa ser realizada em seqüência novamente numa cidade européia.

"O rodízio de continentes, além de não ser uma regra do COI, foi recentemente banido pela Fifa", comentou Mercedes Coghen, diretora da candidatura. A cidade oferece ainda como diferencial a oferta de 80 mil quartos em hotéis, incremento de 25% em relação ao que há hoje.

Tóquio pretende construir um parque olímpico no centro da cidade, além de sedes temporárias com design arrojado. O transporte público e as sedes já existentes (75% do projeto) são o trunfo de Chicago, quem nem sequer enviou comitiva ao COI para entregar o documento --despachou-os pelo correio.

Sem apoio financeiro do governo da República Tcheca, a frágil candidatura de Praga chega a admitir no dossiê que os planos poderiam valer também para uma eventual postulação à Olimpíada seguinte, em 2020.

Projetos de R$ 508 milhões

Projetos de R$ 508 milhões

Jornal do Commercio, 09/jan/07

O custo preliminar estimado para a construção das instalações esportivas no Rio está estimado em US$ 508 milhões. Tomando como base o mesmo gasto apresentado pelas cidades européias de Madri e Londres - candidata e eleita como sedes da Olimpíada 2012, respectivamente, Nuzman acredita que o gasto é pequeno porque o Rio já tem à disposição diversos equipamentos esportivos.

Segundo ele, a cidade de Londres apresentou custo preliminar para as obras das instalações de US$ 1,2 bilhão e Madri, de US$ 1,9 bilhão. "Nosso custo preliminar é um terço que o esperado em Londres. Isso nos dá uma motivação maior", afirmou.

Os investimentos em transportes forma citados como fundamentais para o pleito e a realização dos jogos no Rio. O primeiro corredor viário terá duas pistas e ligara a Barra à Zona Norte. O segundo terá duas pistas e ligará a Barra à Zona Sul integrando o metrô ao terminal rodoviário Alvorada. O terceiro e maior de todos será uma via expressa de seis pistas que ligará a Barra ao bairro de Deodoro.

Segundo o secretário-geral do COB, Carlos Roberto Osório, o projeto dos corredores pode ser concluído em tempo hábil com custo acessível aos governos. "Se os governos federal, estadual e municipal se comprometerem com o projeto, o Rio receberá uma melhoria na questão dos transportes que ficará para a posteridade", avaliou.

O transporte público também será melhorado para garantir o acesso da população às competições. O projeto prevê a implantação do sistema de ônibus rápido semelhante ao desenvolvido na cidade de Curitiba.

CAPACITAÇÃO. Confiante no potencial da cidade com palco de grandes competições esportivas, o prefeito do Rio, Cesar Maia, afirmou que com o Pan o Rio ficou capacitado para receber o "maior evento esportivo do mundo".

O prefeito do Rio afirmou que vontade política é o que não falta para a realização das competições e que a Copa de 2014, que será disputada no Brasil, será mais um exemplo de êxito no Rio de Janeiro no setor esportivo.

"A cidade está com muito prestígio internacional. Tomara que eu seja Prefeito em 2016 para colher os frutos dessa empreitada", brincou Cesar Maia. "Uma vez sede dos jogos, o sucesso será garantido, assim como a eleição de Cesar Maia", devolveu Sérgio Cabral.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Projeto olímpico prevê gastos de R$ 5 bilhões

Projeto olímpico prevê gastos de R$ 5 bilhões

O Globo, Luiz Ernesto Magalhães, 09/jan

Os gargalos na infra-estrutura de transportes e os problemas ambientais deverão estar mais uma vez entre os principais desafios que o Rio terá de superar para ser vitorioso em sua nova candidatura aos Jogos Olímpicos. Com base no projeto apresentado ontem no Museu de Arte Moderna (MAM) pelo presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Athur Nuzmann, estima-se que os governos e a iniciativa privada tenham que investir cerca R$ 5 bilhões em novos corredores viários e transporte público. A conta incluirá também a despoluição do complexo lagunar da Barra que, como ocorreu durante os Jogos Pan-Americanos, centralizará as competições.

Em 2004, a cidade foi eliminada ainda na primeira fase da candidatura às Olimpíadas de 2012 porque o COI não acreditou que esses problemas estruturais pudessem ser resolvidos num prazo de apenas sete anos, pois exigiriam obras complexas e demoradas, como a construção de novas linhas de Metrô entre a Barra, a Zona Sul e aeroportos.

Na nova candidatura, a ser oficializada na sexta-feira, a aposta é a criação de BRTs (Bus Rapid Transit) linhas de ônibus com faixas exclusivas que interligariam a Barra às zonas Sul, Norte e Oeste. Os veículos usariam biocombustíveis para reduzir a poluição e assim garantir mais um legado ambiental das Olimpíadas.

Os BRTs no Rio seriam três, ainda em fase de projeto. Foram propostos pela prefeitura e dependeriam de parcerias com a iniciativa privada. Dois deles já têm projetos concluídos: o Corredor T-5 (Barra-Penha), com custo estimado em R$ 800 milhões, e a Ligação C (Barra-Deodoro), orçada em cerca de R$ 540 milhões. O terceiro BRT só seria desenvolvido no caso de o Rio vencer a disputa. Ele prevê a criação de um corredor exclusivo para a circulação de ônibus na AutoEstrada Lagoa-Barra, com a duas novas faixas de tráfego, uma em cada sentido. E exigiria a construção de viadutos e túneis paralelos ao ZuzuAngel e ao do Joá.

Não queríamos propor projetos suspeitos de serem inexeqüíveis. Pegamos de Pequim o conceito de BRTs. Lá, três linhas foram projetadas apenas para atender ao público do Parque Olímpico explicou o secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes.

Já o prefeito Cesar Maia admitiu que a maior preocupação é com a área ambiental. Cesar lembrou que há dez anos o Japan Bank International Cooperation (J-BIC) aprovou a realização de um empréstimo para despoluir as lagoas da Barra. O projeto consiste em aplicar cerca de R$ 619 milhões (R$ 372 milhões dos japoneses e o restante da prefeitura) no projeto. Os recursos não saíram porque para o Governo Federal o município do Rio já estaria no limite de sua capacidade de endividamento.

A questão da despoluição das lagoas da Barra é fundamental, pois trata-se de um projeto complexo. Ou o governo federal autoriza o financiamento ou os Jogos Olímpicos estão inviabilzados. Isso tem que ser resolvido ainda antes de junho disse o prefeito.

A estratégia do COB para o Rio não ser eliminado em junho será tentar convencer o COI de que boa parte do cronograma de investimentos será cumprida mesmo se o país não for confirmado como sede olímpica. O programa incluiu R$ 1,2 bilhão que União e Estado prometem investir nos próximos anos na construção do Arco Rodoviário, dentro das ações do PAC).


e começa a farra do boi