31/01/2006 - 10h47 /SÉRGIO RANGELda Folha de S.Paulo, no Rio
Os governos federal e estadual vão socorrer a Prefeitura do Rio para tentar viabilizar a construção do Complexo Esportivo do Autódromo, em Jacarepaguá, a obra mais atrasada do Pan de 2007.Num acordo selado no final de semana, a governadora Rosinha Matheus (PMDB) e o ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, se comprometeram a investir R$ 60 milhões cada um no complexo.O restante será pago pela própria Prefeitura do Rio, que era responsável pela obra, cujo valor total é de R$ 240 milhões.O montante de dinheiro chega após o governo federal e a prefeitura terem fechado na última semana um acordo para construir o complexo, no qual só não estava definido de onde viria o aporte.Com a decisão de investir no autódromo, o governo estadual terá o seu orçamento para instalações esportivas do evento aumentado mais de 50%. O Estado investe cerca de R$ 90 milhões no Pan: R$ 60 milhões para a reforma do Maracanã e R$ 22 milhões para as obras do ginásio do Maracanãzinho, além de R$ 6 milhões para o parque aquático Júlio Delamare.Segundo Rosinha Matheus, o governo do Estado decidiu investir na obra após o pedido de Murilo Portugal, secretário-executivo do Ministério da Fazenda.O prazo inicial para a conclusão da obra era de 18 meses. O Pan será disputado no Rio em julho de 2007. Agora, a prefeitura diz que as arenas poderão ficar prontas em, no máximo, 13 meses.No encontro da semana passada, o prefeito Cesar Maia (PFL), em busca de socorro financeiro, reuniu-se em Brasília com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e os ministros Antonio Palocci (Fazenda), Jaques Wagner (Relações Institucionais) e Agnelo.O complexo do autódromo não saiu do papel devido ao custo da obra. Em 9 de dezembro de 2004, o consórcio Rio Sport Plaza venceu a licitação, como único interessado, para erguer o projeto.A obra custaria cerca de R$ 500 milhões. No local, as empresas iriam construir uma arena olímpica (basquete, ginástica artística e trampolim acrobático) para 15 mil pessoas, um parque aquático (natação, natação sincronizada e saltos ornamentais) para até 10 mil torcedores, além de um velódromo (ciclismo de pista), que será desmontado após o evento e abrigará até 3.000 fãs em 2007.Além da Norberto Odebrecht, o consórcio era formado por Camargo Corrêa S.A. e Logos Engenharia S.A. No acordo, o Rio Sport Plaza adquiriu o direito de explorar o local e seu entorno por 50 anos, renováveis por mais 50.Sem obter financiamento para a obra, o consórcio ainda ganhou a oposição da confederação de automobilismo, que alega que o projeto irá desfigurar o circuito.No final do ano, a prefeitura lançou nova licitação. Dessa vez, dividiu a obra em blocos. No início do mês, o consórcio formado pelas empresas Tecnosolo e Damiani ganhou o direito de erguer o ginásio por R$ 67.602.734,93.Na semana passada, foi escolhido o consórcio vencedor do parque --é formado pelas empresas Delta Engenharia, Midas e Sanerio. O valor do projeto é de R$ 48.687.908,85. A prefeitura acredita que os operários entrem no autódromo já no próximo mês.
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